sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O fim...


Quem não se lembra do grande Dom Quixote, aquele intrépido Cavaleiro que fazia frente aos moinhos de vento como se de monstros se tratassem para salvar a sua Dulcineia, ele vivia em função daquele amor, daquela utopia.
E agora perguntam vocês, o que é que o dito cavaleiro tem a ver aqui com a Cuzinha Mundana?
Tem tudo meus caros leitores, por vezes nas nossas vidas enfrentamos os nossos próprios moinhos, eu estou a enfrentar os meus agora, passo a explicar.
Quem de vós homem ou mulher não viveu já uma historia como a do nosso velho conhecido pelo nome de Cavaleiro da Triste Figura, sim, que é a figura que nós fazemos sempre que vivemos numa utopia, e de repente…acordamos, ai nesse momento é como nos sentimos uns verdadeiros Cavaleiros de Tristes Figuras, pois quando metemos a mão na consciência e nos lembramos do que fizemos pelas nossas Dulcineias, só estúpidas e tristes figuras, nada mais que isso, uns verdadeiros fantoches que se mexem à medida que nos puxam os cordelinhos.
Quando acordamos da nossa Cervantesca utopia, e conseguimos cortar os ditos cordéis, chegamos à conclusão que perdemos algum tempo da nossa vida, por vezes tempo demais, e deixámos passar ao lado, devido à nossa cegueira, como diria a minha Mãe, “pareces um burro com talas nos olhos, só vês mesmo para a frente.”, algumas oportunidades, oportunidades essas que já não voltarão mais.
Depois vem aquela altura na vida em que chegamos à conclusão que o nosso tempo chegou ao fim, aquela juventude de outros tempos abandona-nos, deixamos de ter aquele jogo de cintura, e é nessa altura que os conscientes, deixam o pano cair e dão por findadas as suas vidas de loucas aventuras e tórridas paixões, é um dia difícil de admitir para qualquer um, mas como no reino animal, o macho dominante mais tarde ou mais cedo dá espaço a um macho jovem para continuar a espécie, também nós temos que assentar arraiais, sossegar e já agora dar lugar aos mais novos.
Desejo a todos/as muitas felicidades, boas Cuzinhadelas, e como o meu pai sempre me disse, e agora digo-vos eu, “Filho se deres uma hoje, e uma amanhã, não é a mesma coisa de dares duas amanhã, pois a de hoje já está garantida e ninguém ta tira, e amanhã se sempre deres duas a soma total faz com que tenhas dado três!”, resumindo mais vale um pássaro na mão do que dois a voar. Não deixem que as utopias vos ceguem, e que o tempo fuja, pois jamais o irão recuperar.